Propostas para segurança pública.
Todos nós sabemos que todos os problemas sociais se resolvem com a educação. Mas não podemos ficar apenas repetindo isto como papagaios, temos que estudar especificamente e de forma generalizante o assunto que vamos debater.
Para cada realidade, precisamos estudar detalhadamente os fatos para podermos propor soluções e revolver os problemas. Tudo se revolve com educação e conhecimento; mas nunca revolveremos nada ficando apenas neste discurso. Então vamos estudar. Vamos por em prática.
Nossa proposta de tema para o Parlamento Jovem 2015 é a Segurança Pública. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em parceria com a PUC-MG e as Câmaras Municipais, realiza desde 2005 o Parlamento Jovem, que consiste em unir jovens do ensino médio para debater assuntos referentes à política e fatores sociais. Em Visconde do Rio Branco, coube à Câmara Municipal organizar os debates e os alunos para articular o tema e levar propostas que serão encaminhadas em votação de lei estadual.
Nossa proposta sobre Segurança Pública foi dividida em três partes:
1) Prevenção social ao crime;
2) Proteção de segmentos vulneráveis à violência;
3) Novas perspectivas para a atuação policial;
Meu grupo ficou com o tema 3 sobre atuação policial.
Mas como coordenador deste grupo, falei que temos que fazer conexões e dialogar com todos os outros grupos. Nas no decorrer do debate em grupo, não fizemos um diálogo apenas com os outros grupos em relação à segurança pública. Dialogamos com os setores da saúde, educação, psicologia, empregabilidade, artes e música, esportes, medicina preventiva, movimentos religiosos, influências negativas da mídia, educação familiar e amor dentro de casa, problemas econômicos e fome, entre vários outros setores.
Uma pessoa “normal”, ou melhor dizendo, uma pessoa alienada; falaria muito bem que estamos fugindo do tema e usando coisas que não tem nada a ver uma com a outra.
Mas uma pessoa que pensa, verá que todos os temas têm que estar e estão totalmente conectados entre si. Nunca um tema pode estar desassociado do outro no universo.
Antes de começar a falar propriamente de segurança pública, tenho que lembrar do grande físico e filósofo Fritjof Capra, que em seu livro Conexões Ocultas explica vários fatores que estão em sintonia entre si. Em seu livro Sabedoria Incomum, Capra comenta que o importante não é pesquisar uma “partícula” formadora do universo; o mais importante é saber as conexões e associações entre todas as partículas do universo. Não somente partículas materiais, mas as relações do ser humano conectadas entre si. Tudo explicado como redes, nunca algo isolado em si.
Não deixem de ler os livros O Tao da Física e O Ponto de Mutação, do mesmo autor Fritjof Capra. Leia muito, leia livros e artigos de várias áreas do conhecimento. Estude matemática, música, esportes e tudo em geral. Mas não esqueça do descanso e do prazer pelo estudo. Assim você terá condições de solucionar vários tipos de problemas, como segurança pública. Mas não somente leia, leia e escreva propondo soluções. E tenha coerência, ética e moral e exemplo de vida.
Desviei nosso assunto para explicar e provar que todas as coisas e fatos estão interligadas entre si, inclusive a segurança pública.
Os alunos foram divididos em três grupos, mas eu aglutinei as propostas em duas divisões: Prevenção social e remediação. Mas todas se dialogando e interagindo. Sem desprezar os segmentos vulneráveis à violência, mas sabendo que quase todas as medidas visão a inclusão deste setor, nunca excluí-los. Nas medidas de prevenção e remediação, já deixam implícitas as preocupações sociais com os excluídos e vulneráveis.
O primeiro ponto destacado pelo grupo foi um apoio e treinamento psicológico para os policiais. Bem debatido pelos presentes. Comentou-se que muitas vezes um policial vem sofrendo problemas emocionais sucessivas vezes, não somente por dias, mas por vários meses e anos. Neste longo período de tempo, situações mínimas vão se agravando e podendo chegar a um ponto a explodir com um surto psicótico ou disparo de um tiro sem necessidade.
Destacamos não somente o apoio psicológico para policiais, no sentido de tranquilizar o policial emocionalmente. Mas um treinamento psicológico para o policial lidar melhor com os perigos decorrentes de sua jornada de trabalho.
Durante o debate, os dois temas (prevenção social e remediação com punição) se aglutinaram. Vimos que não tem como separar a prevenção social ao crime de medidas carcerárias e de recuperação do preso. Tudo está conectado em redes.
Antes de se tomar decisões, temos que fazer vários levantamentos de dados, como números de homicídios por ano em cada localidade, bem como se ouve aumento e diminuição, em números absolutos e percentuais. E analisar os fatores políticos que podem ter provocado. Analisar o número de policiais que mata civis e o número de civis que mata policiais. Além de balas perdidas, crimes sem suspeitos, entre outros.
Começando a roda de debate, um aluno falou que tem que haver mais postos policiais em cada bairro. Mas ao mesmo tempo surgiu a questão do próprio policial ser corrupto, e além de não melhorar a segurança, ainda aumentar a violência. Surgiu uma ideia de criar e fortalecer as ouvidorias, em que qualquer cidadão de forma anônima pode denunciar qualquer tipo de abuso ou violência policial. Cobrando do judiciário ou hierarquia superior da polícia que haja punição para erros cometidos por membros da corporação.
Outra aluna citou a necessidade de ronda em bairros de cidades grandes. Surgiu uma ideia de disk denúncia contra policiais. É uma ideia semelhante à da ouvidoria, mas uma ideia complementa a outra. Todas as ideias são muito bem vindas.
Outra aluna citou e reclamou que tem muitos policiais que assediam sexualmente algumas mulheres. Vimos a necessidade de fortalecer as delegacias da mulher. Não somente para Lei Maria da Penha, mas para todos os tipos de violência contra a mulher, praticada por qualquer pessoa externa, não apenas companheiros.
Outro aluno citou a importância do policial ver a sociedade como amiga. Mesmo vendo uma grande importância nos outros tópicos, eu achei este último mais importante. Desmembramos ele em dois.
O policial vendo e sendo amigo da sociedade, pode usar a Engenharia Social para diversos objetivos. Tenho que informar que Engenharia Social é a forma de se obter informação de diversas formas, entre elas conquistando a confiança da pessoa que se conversa. Com Engenharia Social se conquista informações preciosas para qualquer investigação, além de transmitir uma ideia através de uma dúvida. Tem várias vertentes, em níveis acadêmicos e práticos, mas vou especificar em obter informação por diversos meios.
Um policial com Engenharia Social pode dialogar de diversas formas com vários moradores da comunidade, e sem a população perceber, pode coletar informações preciosas para vários interesses, inclusive saber quem são os grandes e pequenos traficantes do bairro, além de como funciona toda hierarquia e logística dos demais crimes.
Um bom policial não vai usar a Engenharia Social somente para combater o crime. Ele vai usar para prevenir e evitar que o crime aconteça.
Uma das melhores formas de se evitar o crime é valorizando e respeitando o ser humano. Todo bom policial tem que ser ao mesmo tempo professor, psicólogo e amigo de todas as pessoas ao se redor e convívio.
Em um exemplo muito simples, um policial que sabe conversar amigavelmente com as pessoas, tranquiliza, acalma e evita que brigas, conflitos e problemas maiores venham a acontecer. Todas as profissões estão interligadas em redes.
Uma fala simples de um aluno bem intencionado, que as vezes parece fugir do tema, pode ser o ponto mais importante do debate. E o ponto mais importante do debate foi a amizade que o policial tem que ter com todas as pessoas da sociedade. É muito melhor evitar o conflito que remediá-lo.
Outro aluno falou da importância do policial não levantar falso testemunho. Este problema não pode ser revolvido apenas no judiciário, pois os juízes também podem agir de má-fé. A solução é uma sociedade mais escolarizada e com dignidade social, onde cada pessoa tenha condições igualitária para se defender. E mais ainda, onde não haja necessidade de conflito entre ninguém, sem disputa por posses nem ganâncias pessoais.
Como tudo se baseia em uma boa educação e escolaridade, surgiu vários comentários da necessidade de policiais mais bem preparados. Tivemos conclusões que todo policial tem que ler e estudar mais todas as matérias.
Outro aluno citou que além da secretaria de segurança, é preciso vontade do prefeito de dos demais poderes políticos e públicos.
Repetiram-se argumentos como evitar propina e disk denúncia. Mesmo que um tema seja repetido, é indispensável que todo deem sua opinião. A exclusão em não permitir alguém de dar opinião, geral indignação que pode levar a problemas sociais e de violência.
Outro aluno citou a necessidade de fiscalizar as demais autoridades policiais, o delegado, e juiz e demais hierarquias superiores.
Os temas não seguiam uma sequência linear cartesiana, nas se conectavam de forma que um desvio ajudava a solucionar um problema não solucionado anteriormente.
Mudamos de assunto para falar do sistema carcerário.
Quando um infrator é pego pela polícia e é levado para uma delegacia, algumas vezes o delegado o libera sem saber sua condição social, se ele tem um problema pessoal que precisa ser revolvido; ou se ele por ter algum problema não revolvido, pode ser perigoso para a sociedade. O delegado além de não revolver o problema do preso, pode deixar a sociedade vulnerável.
Em caso de uma briga ou atrito entre vizinhos ou conhecidos, muitas vezes o agressor aguarda o julgamento em liberdade, o que não o impede de locomover próximo da vítima, o que pode levar até a um ato de homicídio. Um aluno citou o fato de um agressor esperar um julgamento a mais de quatro anos em liberdade.
Um aluno falou que precisamos de julgamentos mais rápidos.
Um aluno falou que uma medida muito simples como ir um agente social ou psicólogo na casa do preso pode revolver quase que pela totalidade os problemas do preso, de sua família e das pessoas de seus convívio.
Outro fator muito importante que veio à tona é que muitos roubos acontecem porque falta comida e emprego para muitas famílias. Roubos por necessidades básicas que poderiam ser evitados por simples ações sociais por parte do governo e da sociedade civil.
Em alguns casos, já aconteceu roubos pois o pai não tinha dinheiro para comprar o remédio de seu filho. Voltando ao tema das redes de interelações, envolvemos até a secretaria de saúde no combate aos crimes e na segurança pública.
Outro tema que não sabemos se faz parte da prevenção ou da remediação: Em muitas vezes, existem casos que o patrão ou empregador é mau educado e não respeita seus funcionários e empregados. Aos poucos vai gerando uma revolta que obriga o empregado a abandonar o emprego. Por outro lado, o traficante e chefe da boca de fumo trata este empregado com toda educação e respeito: Pergunta: Quem este empregado vai obedecer?!
Esta e outras questões podem ser revolvidas com medidas muito mais simples que imaginamos. Infelizmente, existem interesses financeiros de empresas que lucram muito com o superfaturamento e lavagem de dinheiro no sistema carcerário e nos erros da segurança pública como um todo.
É indispensável para se analisar qualquer fator na sociedade o sistema financeiro. Problemas de desigualdade econômica, pobreza, fome, entre inúmeros outros itens.
Debateu-se também o PROERD, em que policiais envolvidos com a educação trazem muito mais resultados positivos que envolvido com a repressão. O PROERD deve atuar em todos os anos escolares, não somente até o 5° ano.
Outro fator importante foi a necessidade do preso sair no presídio com um diploma de ensino fundamental e médio, e com carteira de trabalho assinada. Todo preso que sai do presídio tem que receber visitas mensais de assistente social. Além de apoio pedagógico e estabilidade no emprego. Um emprego digno, não com humilhações do patrão, como já mencionamos.
Comentamos a necessidade de implantar aulas de ação sociais e conscientização no currículo escolar. Escola em tempo integral. Aula de música nas escolas. Meditação e várias práticas espirituais de convivência humana.
Discutiu-se medidas de combate à criminalidade sem usar a força militar. Medidas simples e sem custo financeiro, que envolvem apenas boa vontade dos governantes e da sociedade. Medidas como grupos de jovens e de terceira idade. Teatro e atividades artísticas, culturais e formas de passar o tempo agradavelmente.
Discutiu-se que quem pratica esporte tem muito menos chances de se envolver com drogas, um dos principais problemas da causa da violência no Brasil atualmente. Quem pratica esporte tem mais autoestima e qualidade de vida, além de melhorar toda sua saúde como um todo. O único problema é que diminuirá os lucros das farmácias de da indústria médica.
Vale repetir várias vezes: Todos os setores da sociedade estão intimamente interligados, nunca podemos trabalhar um fator isoladamente. Temos que estar antenados nas conexões.
Ao terminar, uma aluna mencionou a importância do adolescente poder trabalhar antes dos 18 anos. Mas foi corrigida pelo argumento de que se o jovem começa a trabalhar sedo, ele terá um desempenho inferior nos estudos, além de aprender a obedecer ordens erradas do patrão. Mas em uma correção, falou-se da importância dos adolescentes terem um aprendizado com atividades que ajudem na escola como o SENAI. Trabalhar para aprender, não para ser escravizado.
Sobre o tema do SENAI, começou-se rapidamente discutir sobre a redução da maior idade penal, vimos que idade cronológica é diferente de maturidade. Tem adolescentes de 13 anos mais maduros que adultos de 20 ou 30 anos. O certo é acabar com qualquer tipo de maior idade penal e cada pessoa responsável como ser humano. Mas tudo com punição pedagógica para recuperar o preso para a sociedade.
Criticamos as humilhações nas revistas vexatórias para familiares visitar parentes presos. Uma vez que uma mãe é humilhada em agachamentos pelada e advogados entram levando e trazendo informações sigilosas, além de objetos proibidos e até celular.
Sobre a mídia, comenta-se nas cenas de violência nas grandes emissoras de televisão. Concluímos que a mídia não quer informar, mas aumentar a violência através de sua programação televisiva.
Falamos sobre a importância da música e da arte como terapia educacional. Mas vimos que tem músicas que pioraram o ser humano e até aumenta a violência, ganância e exclusão do ser humano.
O tempo dos grupos se esgotou e muitos assuntos interessantes ficaram para serem abordados. Mas ficou aquele gosto pelo questionamento.
Ao final, eu como orientador, falei para todos escreverem várias ideias em casa. Muitas ideais interessantes veem quando lemos e descansamos. Falei que escrever ajuda melhorar a concentração, a disciplina, a memória, a criatividade, e ajuda no aprendizado em geral.
Cada grupo ficou em apresentar suas conclusões na próxima reunião, marcada para quarta-feira, dia 01 de junho de 2015.
Referências:
http://www.fritjofcapra.net/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fritjof_Capra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_social_%28seguran%C3%A7a%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_social_%28ci%C3%AAncia_pol%C3%ADtica%29
http://www.camaravrb.mg.gov.br/
https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-pm/proerd/principal.action
http://educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/trabalhando-educacao-preventiva-na-escola.htm
Muito obrigado pela atenção.
Que Deus abençoe vocês e toda sua família.
Atenciosamente:
Júlio Claudionor Fófano Júnior
Professor, funcionário público e ativista.
55 (32) 8501-1499
www.twitter.com/juliofofano
Todos nós sabemos que todos os problemas sociais se resolvem com a educação. Mas não podemos ficar apenas repetindo isto como papagaios, temos que estudar especificamente e de forma generalizante o assunto que vamos debater.
Para cada realidade, precisamos estudar detalhadamente os fatos para podermos propor soluções e revolver os problemas. Tudo se revolve com educação e conhecimento; mas nunca revolveremos nada ficando apenas neste discurso. Então vamos estudar. Vamos por em prática.
Nossa proposta de tema para o Parlamento Jovem 2015 é a Segurança Pública. A Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG), em parceria com a PUC-MG e as Câmaras Municipais, realiza desde 2005 o Parlamento Jovem, que consiste em unir jovens do ensino médio para debater assuntos referentes à política e fatores sociais. Em Visconde do Rio Branco, coube à Câmara Municipal organizar os debates e os alunos para articular o tema e levar propostas que serão encaminhadas em votação de lei estadual.
Nossa proposta sobre Segurança Pública foi dividida em três partes:
1) Prevenção social ao crime;
2) Proteção de segmentos vulneráveis à violência;
3) Novas perspectivas para a atuação policial;
Meu grupo ficou com o tema 3 sobre atuação policial.
Mas como coordenador deste grupo, falei que temos que fazer conexões e dialogar com todos os outros grupos. Nas no decorrer do debate em grupo, não fizemos um diálogo apenas com os outros grupos em relação à segurança pública. Dialogamos com os setores da saúde, educação, psicologia, empregabilidade, artes e música, esportes, medicina preventiva, movimentos religiosos, influências negativas da mídia, educação familiar e amor dentro de casa, problemas econômicos e fome, entre vários outros setores.
Uma pessoa “normal”, ou melhor dizendo, uma pessoa alienada; falaria muito bem que estamos fugindo do tema e usando coisas que não tem nada a ver uma com a outra.
Mas uma pessoa que pensa, verá que todos os temas têm que estar e estão totalmente conectados entre si. Nunca um tema pode estar desassociado do outro no universo.
Antes de começar a falar propriamente de segurança pública, tenho que lembrar do grande físico e filósofo Fritjof Capra, que em seu livro Conexões Ocultas explica vários fatores que estão em sintonia entre si. Em seu livro Sabedoria Incomum, Capra comenta que o importante não é pesquisar uma “partícula” formadora do universo; o mais importante é saber as conexões e associações entre todas as partículas do universo. Não somente partículas materiais, mas as relações do ser humano conectadas entre si. Tudo explicado como redes, nunca algo isolado em si.
Não deixem de ler os livros O Tao da Física e O Ponto de Mutação, do mesmo autor Fritjof Capra. Leia muito, leia livros e artigos de várias áreas do conhecimento. Estude matemática, música, esportes e tudo em geral. Mas não esqueça do descanso e do prazer pelo estudo. Assim você terá condições de solucionar vários tipos de problemas, como segurança pública. Mas não somente leia, leia e escreva propondo soluções. E tenha coerência, ética e moral e exemplo de vida.
Desviei nosso assunto para explicar e provar que todas as coisas e fatos estão interligadas entre si, inclusive a segurança pública.
Os alunos foram divididos em três grupos, mas eu aglutinei as propostas em duas divisões: Prevenção social e remediação. Mas todas se dialogando e interagindo. Sem desprezar os segmentos vulneráveis à violência, mas sabendo que quase todas as medidas visão a inclusão deste setor, nunca excluí-los. Nas medidas de prevenção e remediação, já deixam implícitas as preocupações sociais com os excluídos e vulneráveis.
O primeiro ponto destacado pelo grupo foi um apoio e treinamento psicológico para os policiais. Bem debatido pelos presentes. Comentou-se que muitas vezes um policial vem sofrendo problemas emocionais sucessivas vezes, não somente por dias, mas por vários meses e anos. Neste longo período de tempo, situações mínimas vão se agravando e podendo chegar a um ponto a explodir com um surto psicótico ou disparo de um tiro sem necessidade.
Destacamos não somente o apoio psicológico para policiais, no sentido de tranquilizar o policial emocionalmente. Mas um treinamento psicológico para o policial lidar melhor com os perigos decorrentes de sua jornada de trabalho.
Durante o debate, os dois temas (prevenção social e remediação com punição) se aglutinaram. Vimos que não tem como separar a prevenção social ao crime de medidas carcerárias e de recuperação do preso. Tudo está conectado em redes.
Antes de se tomar decisões, temos que fazer vários levantamentos de dados, como números de homicídios por ano em cada localidade, bem como se ouve aumento e diminuição, em números absolutos e percentuais. E analisar os fatores políticos que podem ter provocado. Analisar o número de policiais que mata civis e o número de civis que mata policiais. Além de balas perdidas, crimes sem suspeitos, entre outros.
Começando a roda de debate, um aluno falou que tem que haver mais postos policiais em cada bairro. Mas ao mesmo tempo surgiu a questão do próprio policial ser corrupto, e além de não melhorar a segurança, ainda aumentar a violência. Surgiu uma ideia de criar e fortalecer as ouvidorias, em que qualquer cidadão de forma anônima pode denunciar qualquer tipo de abuso ou violência policial. Cobrando do judiciário ou hierarquia superior da polícia que haja punição para erros cometidos por membros da corporação.
Outra aluna citou a necessidade de ronda em bairros de cidades grandes. Surgiu uma ideia de disk denúncia contra policiais. É uma ideia semelhante à da ouvidoria, mas uma ideia complementa a outra. Todas as ideias são muito bem vindas.
Outra aluna citou e reclamou que tem muitos policiais que assediam sexualmente algumas mulheres. Vimos a necessidade de fortalecer as delegacias da mulher. Não somente para Lei Maria da Penha, mas para todos os tipos de violência contra a mulher, praticada por qualquer pessoa externa, não apenas companheiros.
Outro aluno citou a importância do policial ver a sociedade como amiga. Mesmo vendo uma grande importância nos outros tópicos, eu achei este último mais importante. Desmembramos ele em dois.
O policial vendo e sendo amigo da sociedade, pode usar a Engenharia Social para diversos objetivos. Tenho que informar que Engenharia Social é a forma de se obter informação de diversas formas, entre elas conquistando a confiança da pessoa que se conversa. Com Engenharia Social se conquista informações preciosas para qualquer investigação, além de transmitir uma ideia através de uma dúvida. Tem várias vertentes, em níveis acadêmicos e práticos, mas vou especificar em obter informação por diversos meios.
Um policial com Engenharia Social pode dialogar de diversas formas com vários moradores da comunidade, e sem a população perceber, pode coletar informações preciosas para vários interesses, inclusive saber quem são os grandes e pequenos traficantes do bairro, além de como funciona toda hierarquia e logística dos demais crimes.
Um bom policial não vai usar a Engenharia Social somente para combater o crime. Ele vai usar para prevenir e evitar que o crime aconteça.
Uma das melhores formas de se evitar o crime é valorizando e respeitando o ser humano. Todo bom policial tem que ser ao mesmo tempo professor, psicólogo e amigo de todas as pessoas ao se redor e convívio.
Em um exemplo muito simples, um policial que sabe conversar amigavelmente com as pessoas, tranquiliza, acalma e evita que brigas, conflitos e problemas maiores venham a acontecer. Todas as profissões estão interligadas em redes.
Uma fala simples de um aluno bem intencionado, que as vezes parece fugir do tema, pode ser o ponto mais importante do debate. E o ponto mais importante do debate foi a amizade que o policial tem que ter com todas as pessoas da sociedade. É muito melhor evitar o conflito que remediá-lo.
Outro aluno falou da importância do policial não levantar falso testemunho. Este problema não pode ser revolvido apenas no judiciário, pois os juízes também podem agir de má-fé. A solução é uma sociedade mais escolarizada e com dignidade social, onde cada pessoa tenha condições igualitária para se defender. E mais ainda, onde não haja necessidade de conflito entre ninguém, sem disputa por posses nem ganâncias pessoais.
Como tudo se baseia em uma boa educação e escolaridade, surgiu vários comentários da necessidade de policiais mais bem preparados. Tivemos conclusões que todo policial tem que ler e estudar mais todas as matérias.
Outro aluno citou que além da secretaria de segurança, é preciso vontade do prefeito de dos demais poderes políticos e públicos.
Repetiram-se argumentos como evitar propina e disk denúncia. Mesmo que um tema seja repetido, é indispensável que todo deem sua opinião. A exclusão em não permitir alguém de dar opinião, geral indignação que pode levar a problemas sociais e de violência.
Outro aluno citou a necessidade de fiscalizar as demais autoridades policiais, o delegado, e juiz e demais hierarquias superiores.
Os temas não seguiam uma sequência linear cartesiana, nas se conectavam de forma que um desvio ajudava a solucionar um problema não solucionado anteriormente.
Mudamos de assunto para falar do sistema carcerário.
Quando um infrator é pego pela polícia e é levado para uma delegacia, algumas vezes o delegado o libera sem saber sua condição social, se ele tem um problema pessoal que precisa ser revolvido; ou se ele por ter algum problema não revolvido, pode ser perigoso para a sociedade. O delegado além de não revolver o problema do preso, pode deixar a sociedade vulnerável.
Em caso de uma briga ou atrito entre vizinhos ou conhecidos, muitas vezes o agressor aguarda o julgamento em liberdade, o que não o impede de locomover próximo da vítima, o que pode levar até a um ato de homicídio. Um aluno citou o fato de um agressor esperar um julgamento a mais de quatro anos em liberdade.
Um aluno falou que precisamos de julgamentos mais rápidos.
Um aluno falou que uma medida muito simples como ir um agente social ou psicólogo na casa do preso pode revolver quase que pela totalidade os problemas do preso, de sua família e das pessoas de seus convívio.
Outro fator muito importante que veio à tona é que muitos roubos acontecem porque falta comida e emprego para muitas famílias. Roubos por necessidades básicas que poderiam ser evitados por simples ações sociais por parte do governo e da sociedade civil.
Em alguns casos, já aconteceu roubos pois o pai não tinha dinheiro para comprar o remédio de seu filho. Voltando ao tema das redes de interelações, envolvemos até a secretaria de saúde no combate aos crimes e na segurança pública.
Outro tema que não sabemos se faz parte da prevenção ou da remediação: Em muitas vezes, existem casos que o patrão ou empregador é mau educado e não respeita seus funcionários e empregados. Aos poucos vai gerando uma revolta que obriga o empregado a abandonar o emprego. Por outro lado, o traficante e chefe da boca de fumo trata este empregado com toda educação e respeito: Pergunta: Quem este empregado vai obedecer?!
Esta e outras questões podem ser revolvidas com medidas muito mais simples que imaginamos. Infelizmente, existem interesses financeiros de empresas que lucram muito com o superfaturamento e lavagem de dinheiro no sistema carcerário e nos erros da segurança pública como um todo.
É indispensável para se analisar qualquer fator na sociedade o sistema financeiro. Problemas de desigualdade econômica, pobreza, fome, entre inúmeros outros itens.
Debateu-se também o PROERD, em que policiais envolvidos com a educação trazem muito mais resultados positivos que envolvido com a repressão. O PROERD deve atuar em todos os anos escolares, não somente até o 5° ano.
Outro fator importante foi a necessidade do preso sair no presídio com um diploma de ensino fundamental e médio, e com carteira de trabalho assinada. Todo preso que sai do presídio tem que receber visitas mensais de assistente social. Além de apoio pedagógico e estabilidade no emprego. Um emprego digno, não com humilhações do patrão, como já mencionamos.
Comentamos a necessidade de implantar aulas de ação sociais e conscientização no currículo escolar. Escola em tempo integral. Aula de música nas escolas. Meditação e várias práticas espirituais de convivência humana.
Discutiu-se medidas de combate à criminalidade sem usar a força militar. Medidas simples e sem custo financeiro, que envolvem apenas boa vontade dos governantes e da sociedade. Medidas como grupos de jovens e de terceira idade. Teatro e atividades artísticas, culturais e formas de passar o tempo agradavelmente.
Discutiu-se que quem pratica esporte tem muito menos chances de se envolver com drogas, um dos principais problemas da causa da violência no Brasil atualmente. Quem pratica esporte tem mais autoestima e qualidade de vida, além de melhorar toda sua saúde como um todo. O único problema é que diminuirá os lucros das farmácias de da indústria médica.
Vale repetir várias vezes: Todos os setores da sociedade estão intimamente interligados, nunca podemos trabalhar um fator isoladamente. Temos que estar antenados nas conexões.
Ao terminar, uma aluna mencionou a importância do adolescente poder trabalhar antes dos 18 anos. Mas foi corrigida pelo argumento de que se o jovem começa a trabalhar sedo, ele terá um desempenho inferior nos estudos, além de aprender a obedecer ordens erradas do patrão. Mas em uma correção, falou-se da importância dos adolescentes terem um aprendizado com atividades que ajudem na escola como o SENAI. Trabalhar para aprender, não para ser escravizado.
Sobre o tema do SENAI, começou-se rapidamente discutir sobre a redução da maior idade penal, vimos que idade cronológica é diferente de maturidade. Tem adolescentes de 13 anos mais maduros que adultos de 20 ou 30 anos. O certo é acabar com qualquer tipo de maior idade penal e cada pessoa responsável como ser humano. Mas tudo com punição pedagógica para recuperar o preso para a sociedade.
Criticamos as humilhações nas revistas vexatórias para familiares visitar parentes presos. Uma vez que uma mãe é humilhada em agachamentos pelada e advogados entram levando e trazendo informações sigilosas, além de objetos proibidos e até celular.
Sobre a mídia, comenta-se nas cenas de violência nas grandes emissoras de televisão. Concluímos que a mídia não quer informar, mas aumentar a violência através de sua programação televisiva.
Falamos sobre a importância da música e da arte como terapia educacional. Mas vimos que tem músicas que pioraram o ser humano e até aumenta a violência, ganância e exclusão do ser humano.
O tempo dos grupos se esgotou e muitos assuntos interessantes ficaram para serem abordados. Mas ficou aquele gosto pelo questionamento.
Ao final, eu como orientador, falei para todos escreverem várias ideias em casa. Muitas ideais interessantes veem quando lemos e descansamos. Falei que escrever ajuda melhorar a concentração, a disciplina, a memória, a criatividade, e ajuda no aprendizado em geral.
Cada grupo ficou em apresentar suas conclusões na próxima reunião, marcada para quarta-feira, dia 01 de junho de 2015.
Referências:
http://www.fritjofcapra.net/
https://pt.wikipedia.org/wiki/Fritjof_Capra
https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_social_%28seguran%C3%A7a%29
https://pt.wikipedia.org/wiki/Engenharia_social_%28ci%C3%AAncia_pol%C3%ADtica%29
http://www.camaravrb.mg.gov.br/
https://www.policiamilitar.mg.gov.br/portal-pm/proerd/principal.action
http://educador.brasilescola.com/sugestoes-pais-professores/trabalhando-educacao-preventiva-na-escola.htm
Muito obrigado pela atenção.
Que Deus abençoe vocês e toda sua família.
Atenciosamente:
Júlio Claudionor Fófano Júnior
Professor, funcionário público e ativista.
55 (32) 8501-1499
www.twitter.com/juliofofano